20.11.08

Obama, o filho da mãe

Urariano Mota

 

Na vitória de Barack Obama há um aspecto original que não vem sendo notado. “Há muitos aspectos, colunista apressado”, poderia ser dito. Tentarei explicar. Além do mais claro, quero dizer, além do fato mais óbvio, de Obama ser o primeiro negro eleito para a presidência dos Estados Unidos, me chama atenção que na sua vida há uma vitória sem ruído de pessoas “derrotadas”, ou marginalizadas na cultura da sociedade norte-americana. Para ser mais preciso, na sua vitória há uma vitória muito especial da sua mãe.

A mãe de Obama, Stanley Ann Duham, foi uma pessoa rara já a partir do nome com que foi batizada. O pai queria um filho homem, e se compensou , ou se vingou, impondo-lhe um nome de homem. Para quê? O bom da vida são as limonadas que fazemos dos limões que nos atiram. Stanley Ann, para a sociedade americana em 1960, não demorou a mostrar a que veio. Aos 18 anos, conheceu o negro Barack Hussein Obama na Universidade do Havaí, em uma aula de... russo! Branca, namorou o jovem queniano, casou.... queremos dizer, juntou suas roupas e livros às dele, e teve Barack Hussein Obama Jr. Como a estabilidade não era bem o seu ideal, separou-se poucos anos depois. Em 1964, ainda irrecuperável, Stanley Ann voltou à faculdade para se formar e casar à sua maneira mais uma vez: uniu-se a um estrangeiro não-branco, o indonésio Lolo Soetoro.

Stanley Ann era não só diferente, rebelde, por intuição. Antropóloga, escreveu uma dissertação de 800 páginas sobre os trabalhos de serralheria dos camponeses de Java. Trabalhando para a Fundação Ford, defendeu o direito das mulheres trabalhadoras e ajudou a criar um sistema de microcréditos para os pobres. Maya Soetoro-Ng, a meia-irmã de Obama, afirmou recentemente sobre a mãe: "Essa era basicamente a sua filosofia de vida: não nos limitarmos por medo de definições estreitas, não erguermos muros à nossa volta e nos empenharmos ao máximo para encontrarmos a afinidade e a beleza em locais inesperados”.

Stanley Ann Duham morreu de câncer no ovário em 1995. O pai, a quem Obama dedicara um livro, ele mal viu, depois dos 2 anos de idade. Por isso afirmou, o primeiro homem negro eleito para a presidência dos Estados Unidos: “Eu creio que se eu soubesse que a minha mãe não iria sobreviver à doença, eu escreveria um livro diferente – menos meditação sobre o pai ausente, mais celebração da mãe que era a única coisa constante em minha vida”, escreveu no prefácio de suas memórias, “Sonhos De Meu Pai”. E acrescentou “Eu sei que ela era a mais gentil, o espírito mais generoso que já conheci e o que existe de melhor em mim eu devo a ela”. Para essa Ann, mulher estranha para os valores dominantes, delicada e rebelde, na campanha eleitoral Obama chamava de a sua "mãe solteira".

O presidente eleito não repete, é claro, o pensamento, os atos e as convicções da mãe. Se assim fosse, não teria chegado aonde chegou. Mas sem as idéias de Stanley Ann Duham, Barack Hussein Obama Jr. não teria tido a mais remota possibilidade de existir. Em lugar do “sonho americano”, que toda imprensa proclama, Obama é antes uma vitória do pensamento e de idéias não-conservadoras, que estavam no limite dos marginalizados hippies. E os hippies, vocês lembram, naqueles malditos tempos acabavam nas prisões, ou como em Easy Rider, sob tiros de espingarda.

Em 2008, um filho de mãe solteira, de uma irrecuperável, é eleito presidente. Para essa nova história, somente espero não ser um colunista muito apressado.

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Retirado daqui, li no Blog do Tas

14.11.08

Roubando a idéia da Ceci

Três coisas óbvias em mim:
- sou baixinha e invocada
- tenho opinião
- não sou igual às outras pessoas

Três coisas que não gosto em mim
- sou ansiosa e interrompo as pessoas enquanto elas falam
- me aborreço fácil
- meus pés são muito pequenos e é difícil comprar sapatos u.u

Três coisas que gosto em mim
- falo o que penso
- sou competente (e modesta, veja bem)
- sou decidida

Três defeitos que me incomodam (não está escrito que são defeitos meus, isso já tá lá em cima)
- posicionamentos de direita
- jogar lixo no chão
- falsidade

Três qualidades que gosto em amigos
- honestidade
- presença
- um mínimo de sociabilidade (tipo sair quando eu quero comemorar algo, OI)

Três coisas que não gosto em amigos
- chegar atrasado
- monólogos
- comentários dispensáveis

Três coisas que gosto fisicamente no sexo oposto
- nariz grande
- costas [2]
- vou censurar o último item, esse é um blog de família, hahaha

Três coisas que eu espero num relacionamento
- sinceridade
- respeito
- um mínimo de semelhança de personalidades

Três coisas que eu definitivamente não gosto no sexo oposto
- ser frouxo
- ficar de mimimi
- indecisão

Três presentes pra mim
- coisas do Oasis que eu ainda não tenha :P
- livros
- lembrancinhas diferentes

Três coisas que adoro fazer
- estudar
- ouvir música e ir em shows
- ir ao cinema

Três coisas que tenho medo
- altura
- ondas altas
- e de um monte de outras coisas, que estou tentando mudar

Três coisas que eu não vivo sem
- mato
- cerveja
- ATP

Três manias
- iniciar coleções que nunca continuo
- guardar lembranças de um monte de coisas, a agenda fica enorme!
- fazer caretas em fotos (isso mania é recente)

Três coisas que dizem: sou um menino!
- gosto de usar botas de campo
- não gosto de usar sandálias
- falo muita besteira

Três coisas que dizem: sou uma menina!
- aprendi a usar saia
- faço beicinho e depois não quero contar porque estou chateada
- choro quando fico brava ou chateada

Três coisas que eu tenho que fazer antes de morrer
- ter filhos
- conhecer a África
- na verdade, conhecer um monte de lugares =)

Nosso querido senador...


Retirado de http://marcelotas.blog.uol.com.br

Sem nos esquecer também do projeto para restringir as meias-entradas de estudante e jogar as cartirinhas nas mãos de uma máfia... prejudicar os estudantes ao invés de ser mais rigoroso com os falsificadores.

Go PSDB mineiro!

9.11.08

Eleições cariocas

Será que posso reproduzir isso?

A derrota de Paes

Abrindo mão das próprias convicções (se é que um dia as teve), aliando-se ao que há de mais podre no estado, gastando rios de dinheiro, jogando sujo, usando descaradamente a máquina estadual, federal e universal, beneficiando-se até de um feriado mal intencionado, enfim, com tudo isso, Eduardo Paes só conseguiu ganhar de Gabeira por 50 mil míseros votos.

Como vitória política, já é um resultado extremamente questionável; mas do ponto de vista pessoal, é uma derrota acachapante. 

Eduardo Paes levou a prefeitura, sim, mas de contrapeso ficou com uma quadrilha de aliados que não deixa nada a dever àquela que ele acusava o presidente Lula de comandar. 

Vai ser prefeito, sim, mas vai ter de arranjar boquinhas para o Crivella, para o Lupi, para o Piciani, para a Clarissa Garotinho, para o Roberto Jefferson, para a Carminha Jerominho, para o Babu, para o Dornelles, para a Jandira... estou esquecendo alguém? 

Conquistou um cargo, é verdade, mas conquistou também o desprezo mais profundo de metade do eleitorado. 

Em compensação, como carioca, perdeu a chance de viver um momento histórico, em que a prefeitura seria, afinal, ocupada por um homem de bem, com idéias novas e um novo jeito de fazer política; perdeu a chance de ver o Rio de Janeiro sair do limbo a que foi condenado nas últimas décadas, e ganhar projeção pela singularidade da sua administração.

Se Gabeira tivesse sido eleito prefeito, o Rio, que hoje não significa nada em termos políticos, voltaria a ter relevância, até pelo inusitado da coisa. Um prefeito eleito na base do voluntariado, do entusiasmo dos eleitores e da vontade coletiva de virar a mesa seria alguém em quem o país seria obrigado a prestar atenção.

Agora, lá vamos nós para quatro anos de subserviente nulidade, quatro anos em que o recado das urnas será interpretado, pela corja que domina esta infeliz cidade, como um retumbante "Liberou geral!"

Nojo, nojo, nojo.

Retirado do blog da Cora: http://cora.blogspot.com

5.11.08

Change we can believe in

Por ora, http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u464299.shtml

No original: http://www.independent.co.uk/news/world/americas/the-full-text-of-barack-obamas-victory-speech-993008.html

E uma parte sensacional:

"This election had many firsts and many stories that will be told for generations. But one that's on my mind tonight's about a woman who cast her ballot in Atlanta. She's a lot like the millions of others who stood in line to make their voice heard in this election except for one thing: Ann Nixon Cooper is 106 years old.

She was born just a generation past slavery; a time when there were no cars on the road or planes in the sky; when someone like her couldn't vote for two reasons - because she was a woman and because of the colour of her skin.

And tonight, I think about all that she's seen throughout her century in America - the heartache and the hope; the struggle and the progress; the times we were told that we can't, and the people who pressed on with that American creed: Yes we can.

At a time when women's voices were silenced and their hopes dismissed, she lived to see them stand up and speak out and reach for the ballot. Yes we can.

When there was despair in the dust bowl and depression across the land, she saw a nation conquer fear itself with a New Deal, new jobs, a new sense of common purpose. Yes we can.

When the bombs fell on our harbour and tyranny threatened the world, she was there to witness a generation rise to greatness and a democracy was saved. Yes we can.

She was there for the buses in Montgomery, the hoses in Birmingham, a bridge in Selma, and a preacher from Atlanta who told a people that 'We Shall Overcome'. Yes we can.

A man touched down on the moon, a wall came down in Berlin, a world was connected by our own science and imagination.

And this year, in this election, she touched her finger to a screen, and cast her vote, because after 106 years in America, through the best of times and the darkest of hours, she knows how America can change.

Yes we can."

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Depois eu comento mais. =D