31.10.10

Todo voto é crítico

Eu votei para presidente, pela primeira vez, em 2002. Eu queria em 1998, mas tinha ouvido falar que deveria ter 16 até abril, e... enfim. A primeira vez para presidente foi em 2002. Votei no Lula. Em 2006 fui de Heloísa Helena (meu avatar no MSN era ela) e Lula no segundo turno.

Esse ano, comecei querendo votar na Marina. Gosto muito da trajetória de vida pessoal e política dela. É uma vencedora. Saiu do PT por discordar dos rumos do partido e saiu do fogo para a frigideira: justamente o PV, cada vez pior. Nem comento o Gabeira... mas enfim, desiludi com a Marina que falava falava e não falava nada. Resolvi votar no Plínio. O discurso é lindo, mas pouco prático. Aí vi que não dava, não concordo com várias coisas que ele critica e as propostas irreais.

Foi quando li um texto sobre a vida da Dilma. Aquela história, da mulher que não foge à luta, que colocou a cabeça a prêmio em nome da liberdade de todos, libertária em sua vida pessoal, feminista, atéia e comunista. E a continuidade do que tem dado certo, a bandeira da inclusão social do governo do PT. Encontrei nela meu candidato já para o primeiro turno. Acompanhei os discursos do Plínio e da Marina depois dos resultados, e aí tive certeza de que acertei na escolha. Neste segundo turno, votei com calma. Olhei a tela. E me enchi de esperança.

Em 2002, quando votei pela primeira vez, as coisas eram diferentes. Sentamos eu e meu pai, na cama, e olhamos a apuração na TV. E nos olhamos. Era uma esperança no ar, muito grande, de que as coisas iam melhorar. De lá para cá, nem tudo foram flores. Mas as coisas melhoraram. E hoje não vou mais ver a apuração com meu pai ao lado, mas a esperança está aqui. Espero que as coisas melhorem. Se não dá para ser em tudo, pelo menos continuar os acertos e corrigir os erros.

18.9.10

Leia alguma coisa

Eu ai fechar o blog, esse resquício de alguém que já fui... com muitas das coisas nele não me identifico mais. O ideal era abrir um novo, recomeçar. Mas aí tem o Twitter, que satisfaz minhas vontades.

Antes de fechar fui limpar os comentários (pois é, sem lógica), deletei mil spams em japonês (?!) e percebi que um post meu foi útil para alguém - duas pessoas desconhecidas deixaram recados. Então, que permaneça aberto. "Sem direito de argumentação em função da palavra estática."(Guabiraba, 2007)

Agora. Não quer dizer que eu vá atualizar isso. Ainda não me decidi. Então, sugiro que saia daqui e leia estes blogs:

http://www.conversaafiada.com.br/
http://www.rodrigovianna.com.br/
http://www.tijolaco.com/

9.12.09

25.11.09

16.11.09

- Então você conheceu meu pai.
- Hum-hum.
- Eu me pareço com ele?
- Hum-hum.
- O quê?! Sério? Ah não... Eu nunca tinha ouvido ele falar em alemão, ele fala melhor do que eu!
- Hum-hum.
- O quê?! E você ainda concorda?...
- O quê? Ele fala alemão melhor do que EU!

--

Muita coisa muda, mas certas coisas...

30.10.09

Samba do Fidel (Sérgio Dias/Tom Zé)

Yo me encantaria que me dissessses como esta fidel...
Por que lo hermano no me diz nada?
Diga me fidelito cuba libre já!

Tequila, Muchacha, Cachaça, Hermano, Cucaracha, Fidelito, Chaves, Lula

Coitado do Brasil (2x)

Nos tenemos favelas, cucarachas,
las mujeres, las drogas Parati

Coitado do Brasil (2x)

Somes siempre los grandes pelotudos
La pelota pilota el pais...
Seremos todos argentinos,
Seremos enton sin amor
Siempre seram las malvinas,
Mi linda hechicera mandingas de amor...

Coitado do Brasil (2x)

We would love you forever hermanita
Chikita banana I love you…

Coitado do Brasil (2x)

Nuestra mierda política hasta siempre
Comandante, Brizola y Lulala
Estoy emborrachado en tequila,
A los tangos y a maradona adios

Teniemos la cueca cuela, pelada
Chaves, Lula e Fidel
Muerda me, muerda me mucho...

Coitado do Brasil (2x)

nos tenemos favelas, cucarachas,
las putas, las drogas Parati

Coitado do Brasil (2x)

Somes siempre los grandes pelotudos
La pelota pilota el pais
Seremos todos argentinos
Seremos enton sin amor
Obama my hermano, Bush my brother,
De me un green card para mi...

Yes we have mac bananas
Como tien Palestina a Israel,
O que Sharon de nósotros o que se Arafat de fazer?

Muerda me, muerda me mucho
Obama és mi hermano, bush my brother… aiya
Da-me un green card, para mi, para ti
Yo Lo coloco ela lo quita

29.10.09

Reações a Darwin

Nature 461, 1173-1174 (29 October 2009) | doi:10.1038/4611173b; Published online 28 October 2009

Darwin and culture

A new series of essays traces the astounding variety of reactions to the theory of evolution.

The public reception of scientific ideas depends largely on two factors: people's ability to grasp factual information and the cultural lens through which that information is filtered. The former is what scientists tend to focus on when they give popular accounts of issues such as climate change. The assumption is that if they explain things very, very clearly, everyone will understand. Unfortunately, this is an uphill battle. The general public's average capacity to weigh facts and numbers is notoriously poor — although there is encouraging evidence that probabilistic reasoning can be improved by targeted education early in life (see page 1189).

Even more crucial, however, are the effects of the cultural lens. Over the coming month, Nature's Opinion pages will explore particularly vivid examples of these effects in the world's widely divergent reactions to Charles Darwin's ideas about evolution in the late nineteenth and early twentieth centuries (see page 1200).

In England, for example, the Church reacted badly to Darwin's theory, going so far as to say that to believe it was to imperil your soul. But the notion that Darwin's ideas 'killed' God and were a threat to religion was by no means the universal response in the nineteenth century.

Darwin's theory reached the world at a time when many people were looking for explanations for social, political and racial inequalities, and in many parts of the world were wondering how to improve their lot in the face of Europe's global imperialism. So from Egypt to India, China and Japan, many religious scholars embraced Darwin's ideas, often showing how their own schools of thought had anticipated the notion of evolution. Against the threat of Western imperialism and Western charges of 'backwardness', it was to their advantage to highlight the rationality of their creed.

In China, Darwin's ideas were seen as supporting Confucians' belief in the perfectibility of the cosmic order. Evolutionary theory also became fodder for political movements of revolution and reform, and eventually laid the groundwork for communism. Latin American politicians initially reacted to Darwin's ideas by attempting to entice white Europeans to emigrate and intermarry with local populations, believing that this would 'improve the stock'. But after two world wars had made European culture look less impressive, Latin America began to see its racial diversity as an advantage, and moved towards a social view that favoured a homogeneous blend of cultures.

In nineteenth-century Russia, meanwhile, a tendency to distrust rabid, dog-eat-dog capitalism helped incline naturalists away from a view of evolution that emphasized competition between species. Instead they embraced a 'theory of mutual aid', an account that focused on the role of cooperation in ensuring survival in a harsh environment.

The lesson for today's scientists and policy-makers is simple: they cannot assume that a public presented with 'the facts' will come to the same conclusion as themselves. They must take value systems, cultural backdrops and local knowledge gaps into account and frame their arguments accordingly. Such approaches will be crucial in facing current global challenges, from recessions to pandemics and climate change. These issues will be perceived and dealt with differently by different nations — not because they misunderstand, but because their understanding is in part locally dependent.

Darwin once said: "But then with me the horrid doubt always arises whether the convictions of man's mind, which has been developed from the mind of the lower animals, are of any value or at all trustworthy." Researchers and policy-makers would do well to mimic his humility when presenting science, and remember how people's minds truly work.

10.10.09

Sie liebt dich

Sie liebt dich (yeah yeah yeah)
Sie liebt dich (yeah yeah yeah)
Sie liebt dich (yeah yeah yeah)

du glaubst sie liebt nur mich
gestern hab ich sie gesehen
sie denkt ja nur an dich
und du solltest zu ihr gehen

oh ja sie liebt dich
schöner kann es gar nicht sein
sie liebt dich
und du solltest dich erfreuen

du hast ihr weh getan
sie wußte nicht warum
du warst nicht schuld daran
und drehtest dich nicht um

sie liebt dich
schöner kann es gar nicht sein
sie liebt dich
und du solltest dich erfreuen

sie liebt dich sie liebt dich sie liebt dich

du mußt jetzt zu ihr gehen
entschuldig dich bei ihr
ja das wird sie verstehen
und dann verzeiht sie dir

sie liebt dich
schöner kann es gar nicht sein
ja sie liebt dich
und du solltest dich erfreuen

sie liebt dich (yeah yeah yeah)
sie liebt dich (yeah yeah yeah)
denn mit dir allein kann sie nur glücklich sein
denn mit dir allein kann sie nur glücklich sein
denn mit dir allein kann sie nur glücklich sein

18.9.09

Wiesn!

Oh, willkommen, willkommen, willkommen Wiesnzeit
wir hupfen in die Lederhosen, des is was uns g'freit.
Ja, wir kommen, wir kommen, wir kommen macht dich bereit,
reif für den Wahnsinn, Hendl, Brezn, Bier und Fröhlichkeit.

Raus aus der Arbeit, ins Leben,
ab auf die Wiesn, dem Frohsinn entgegen,
was erleben, einen heben, und dann den Wahnsinn erleben.
Mei Dirnd'l kommt dann, das rettet den Tag,
ich sag, ab geht's zur Wiesn, auf der Wiesn geht's ab.

Und ich sag: Eeeeeeeeey, ab auf die Wiesn,
den Madl'n hinterher, ey joh, was geht,
den Hendl'n hinterher, ey joh, was geht.

Ja, ich sag: Eeeeeeeeey, ab auf die Wiesn,
den Madl'n hinterher, ey joh, was geht,
den Hendl'n hinterher, ey joh, was geht.

Hendl, Brezn, und a Bier,
Hendl, Brezn, und a Bier,
Hendl, Brezn, und a Bier,
Hendl, Brezn, Hendl, Brezn
Hendl, Hendl, Hendl.

Oh, willkommen, willkommen, willkommen Wiesnzeit
den ganzen Tag zieh'n wir uns hier die vollen Maß'n rein.
Ja, a Weißbier, a Weißbier, a Weißbier jeden Tag
die ganze Nacht von Zelt zu Zelt des is für uns koa Plag.

Raus aus der Arbeit, ins Leben, ab auf die Wiesn,...

Und ich sag: Eeeeeeeeey, ab auf die Wiesn,...

2x Na, na na na na na na. Na, na na na na na.

Und ich sag: Eeeeeeeeey, ab auf die Wiesn,...

Und ich sag: Eeeeeeeeey, ab auf die Wiesn,...

2x Na, na na na na na na. Na, na na na na na.

6.9.09

Denglisch!

E o assunto de hoje é... alemão, claro! O que eu pude observar que aconteceu comigo foi que o Denglisch (ou seria Denglish?) evoluiu em fases distintas! A saber:

1a fase. O inferno da falta de comunicação. Você tem suas opiniões, quer falar, quer perguntar uma informação, mas se sente retardada por não saber as palavras mais básicas. Ah, a falta que uma língua latina não faz! Pelo menos depois você descobre os verbos latinos no alemão, tenha paciência... Nessa fase você só não é mudo porque fica perguntando o nome dos coleguinhas, de onde vêm, quantos anos têm, enfim, o The book is on the table do alemão. O tipo de frase que você usará no futuro sim, mas convenhamos, só uma vez com cada pessoa.

2a fase. Você já está progredindo, a gramática flui para escrever, e até arrisca falar sem pensar muito antes, para não parecer um retardado. Aliás, os colegas notaram que do nada você enfiou uma palavra em inglês no meio da sua frase em alemão. Mas é mesmo, sabe que eu sequer reparei? Isso, meus amigos, é Denglisch.

3a fase. Você já passou alguns meses estudando alemão todos os dias. As pessoas falam alemão com você e você entende. Se sente o máximo! Até a hora de chegar alguém que não fala alemão e iniciar uma conversa contigo. Primeira tentativa, só saiu alemão. Segunda. Terceira. Respira fundo. Depois de algumas tentativas e alguns dias de prática, o inglês volta a fluir aos poucos, mas aos trancos e barrancos: a palavras somem, ao usar o passado você usa o verbo principal no fim da frase, não se lembra a conjugação dos verbos no passado, caos total. Aparentemente todo mundo passa por isso, e é a fase do desespero: eu irei apresentar trabalho em um congresso em poucos dias, e agora?

4a fase. Depois de alguns dias/semanas/meses de inglês intensivo com o colega que não fala alemão, o negócio flui bem. Será? Mas peraí, essa palavra que usei não é em inglês... Nova fase do Denglisch: ao invés de usar palavras em inglês na frase em alemão, você usa palavras em alemão na frase em inglês. Torça para que seu locutor entenda o sentido da frase.

5a fase. O alemão começa a se alastrar feito praga. Alguém te pergunta algo em sueco e você responde que não entendeu em alemão. Vai falar espanhol e alguma palavra só sai em alemão, mesmo repetindo. Acho que é o cérebro transformando o alemão na língua estrangeira principal. Você se flagra pensando em alemão. Ah se ao menos viesse junto uma gramática sem erros, um sotaque perfeito e amplo conhecimento do vocabulário!

PS: xingar espontaneamente dizendo Scheisse não se caracteriza como fase 5, ok? Essa é a primeira coisa que todo mundo aprende. :P

PS2: não deixem de conferir os novos links para webcomics, com (algumas) coisas menos nerds e mais brasileiras. :)